Histórias | Início | Capítulos - To the Sky


Capítulo 35 | Capítulo 37


Capítulo 36 - Mais próximo... (+18)

Banguela não podia dizer que esperava acabar naquela situação. Companheiro de um humano? Que loucura. Mas cá estava ele. E ele nunca desejaria mudar uma coisa sequer. Bem, talvez a perda de sua barbatana, mas a esse ponto, ele mal sentia falta dela.

E, de qualquer modo, aquele não era um humano qualquer. Aquele era Soluço.

Ele adorava aquele humano, mas mesmo depois de tanto tempo ao lado dele, depois de tanto tempo o conhecendo melhor a cada dia, Soluço continuava sendo um tanto esquisito para ele. Banguela sabia que aquilo era em parte por que o outro era um ser diferente e não importava quanto tempo eles passassem juntos, humanos sempre seriam um tanto estranhos para dragões. Mas ele também sabia que parte daquilo vinha do simples fato de que Soluço era, por si só, diferente.

Banguela tinha notado isso desde a primeira vez que os dois se conheceram. Naquela época ele não sabia o que era… E talvez ele ainda não tivesse certeza. Tudo o que ele sabia era que, seu encontro com Soluço, havia mudado toda a sua vida.

Fazer amizade com um humano, especialmente depois desse ter o derrubado, não estava nos planos de Banguela, muito menos se apaixonar por ele…

Às vezes Banguela se perguntava se devia mesmo ter feito aquilo, se entregado daquele jeito para Soluço e o marcado, mas cada dia que passava, menos aquela pergunta retornava.

Soluço era especial, não só para ele, mas no geral, ele sabia. Havia algo naquele rapaz… Algo que chamava por uma parte de Banguela que ele sabia existir, mas que ele não conhecia por si próprio.

Eles eram Companheiros de Vida, era a única resposta que Banguela tinha. Ele demorou em aceitar aquilo, ele se lembrava, mas depois de um tempo se tornou impossível ignorar. Ele se perguntava se era exatamente aquilo que Soluço tinha pensado, remoído e decidido desde a marcação. Banguela sabia que, com certeza, aquele era o caso.

Banguela adorava Soluço, de todos os modos. Ele não se importava que Soluço era um humano, não quando ele sentia aquela conexão com o rapaz, uma conexão que nunca tinha sentido com nenhum outro dragão. E ele sabia que Soluço sentia o mesmo.

Tudo o que ele queria era Soluço ali com ele, de todos os modos, feliz, sorrindo daquele jeito que fazia o fogo que existia dentro de Banguela se intensificar.

Desde o dia em que tinha cruzado caminho com o pequeno humano, o dragão pôde se sentir mudar, lá dentro. Mas as mudanças tinham se intensificado desde o reencontro naquele dia fatídico. Coisas que uma vez não tinham sido de importância para Banguela tinham tomado a frente em sua mente e a, esse ponto, ele tinha as aceitado. Porque, no fim, ele sabia que tudo aquilo sempre voltava para o mesmo ponto:

Soluço.

Tudo o que ele queria era Soluço.

-o-

Banguela bocejou grandiosamente, olhando em volta e notando que Soluço não estava ali com ele. Ele se esticou, tendo uma ideia de onde o rapaz devia estar… Mas quando ele passou pela forja improvisada, Soluço não estava lá. O humano gostava de passear por aí, explorando a ilha sempre quando tinha tempo livre, então não era uma surpresa. Mas Banguela tinha uma ideia de onde procurar agora.

Ele desceu até a praia, planando uma curta distância com uma habilidade treinada depois de receber a barbatana falsa, até as pedras da piscina natural frente a caverna.

— Ah… — Ele pôde ouvir a voz do rapaz vindo do fundo da caverna, nada mais que um suspiro baixo, soando distraído.

Soluço, o que...?” Banguela chamou com um ronronar, mas parou quando o cheiro atingiu suas narinas. Ele sentiu seu corpo inteiro arrepiar, um ronco baixo rolando do fundo de sua barriga pelo seu pescoço, deixando transpassar o que aquele aroma fazia ele sentir.

Com passos delicados, ele entrou na caverna, podendo ouvir a voz de seu companheiro, soando quase tímido ou com vergonha. Humanos eram estranhos assim e Banguela esperava que Soluço um dia deixasse aquilo para trás. Ele lambeu os lábios enquanto se aproximava e silenciosamente observou quando chegou à caverna que dividia com o humano.

Soluço estava sentado na cama de pedra e madeira, inclinando as costas contra a parede. Uma mão tinha deslizado por baixo da toga, sumindo em baixo do tecido, e suas calças estavam levemente abaixadas, com a outra mão entre elas. As orelhas de Banguela se ergueram com interesse, e ele não poderia dizer o que estava o deixando mais interessado, se o cheiro que permeava a caverna ou os sons baixos que o humano soltava.

Ele até demorou para notar quando o humano parou, erguendo os olhos arregalados.

— B-Banguela! — Soluço exclamou, rapidamente erguendo as pernas e tentando se esconder do dragão. Banguela inclinou a cabeça, ele gostava quando o rosto de Soluço mudava de cor daquele jeito. — Você não pode- Você deveria- P-privacidade!

Essa é a nossa caverna, Soluço.” Ele bufou e revirou os olhos, como tinha aprendido com o rapaz. Aquele comentário só fez o rosto pálido de Soluço ficar mais vermelho.

— E-eu sei, eu só… — O humano murmurou, sem realmente dizer nada, agarrando o cobertor e tentando se esconder.

Banguela soltou um som baixo, achando uma graça como o rapaz estava tentando se esconder. Ele se aproximou com alguns passos, o rimbombar intensificando ao ver o modo como Soluço tentou diminuir ainda mais no lugar. Banguela não sentia o cheiro de medo no ar, seu companheiro só estava envergonhado. Devia ser coisa de humano…

Você está bem?” Ele trinou baixinho, tentando incitar uma resposta.

— S-sim… — Soluço assentiu rapidamente.

O que está fazendo?” Banguela inclinou a cabeça para o lado, tentando parecer inocente, como se ele não soubesse o que estava acontecendo.

— N-nada demais...! Definitivamente nada com que você deva se preocupar, amigão, nadinha! — Soluço disse rapidamente, enrolando as palavras daquele jeito que Banguela já conhecia bem e que ele achava fofo. A energia de Soluço vibrava ao redor deles, fora de controle, como quando acontecia quando ele ficava com emoções fortes.

Eu sinto o seu cheiro.” Banguela interrompeu.

— É…? —O rapaz murmurou e sua energia dançou com mais força antes de se acalmar em sinal de aceitação.— Ah, é claro que sente… —Soluço suspirou, soltando o cobertor carcomido. Ele lançou um olhar para Banguela, antes de desviar os olhosmais uma vez, mordendo o lábio inferior.— Sabe, Banguela, humanos às vezes gostam de… Sentir prazer… Sem a ajuda de outros…

Banguela bufou, lançando um olhar nada surpreso para Soluço.

Dragões fazem isso também.

Soluço piscou.

— … Sério? Dragões… Se masturbam? — Ele riu, como se não acreditasse naquilo.

É assim que humanos chamam…?” Banguela trinou, era uma palavra estranha, mas não muito diferente das outras palavras estranhas que humanos usavam. “E sim. Contra pedras, árvores… O que for.” Ele balançou a cabeça, demonstrando para Soluço que aquilo não era coisa nova para ele.

— Ah… — O rapaz murmurou baixinho.

Banguela inclinou a cabeça para o lado, esperando. Soluço já tinha aprendido a esconder sua energia e seus pensamentos, o que dava orgulho ao dragão, mas também o deixava um pouco incomodado. Ele gostava de saber o que se passava pela mente do rapaz, mas já era fácil ler o rosto bem expressivo de Soluço.

Mas eu lembro que você disse que vocês humanos gostam de sua privacidade e blá, blá, blá.” Ele revirou os olhos o que chamou a atenção do humano de volta para ele, exatamente o que ele queria. Banguela bufou baixinho, balançando a cabeça e se voltando para a entrada da caverna mais uma vez. “Eu te deixo sozinho.

— Espera, Banguela… — Soluço chamou e Banguela teve de se impedir de soltar um som satisfeito.

Você não quer que eu te deixe sozinho, Soluço?” Ele trinou, inclinando a cabeça para o lado.

— A-ah, n-não, eu... Bom, eu quero… — O rapaz balbuciou, sem saber encontrar as palavras certas. E dessa vez Banguela não pôde segurar um ronronar baixo. Ele gostava quando Soluço ficava daquele jeito, com o rosto vermelho e sem falar nada com nada.— Ora, pare de ficar me olhando desse jeito!

Banguela deixou seu ronronar ainda mais grave, abaixando a cabeça e dando passos tentativos na direção da cama e do humano.

Você quer ajuda?” Ele arrulhou.

Soluço piscou uma ou duas vezes, encarando Banguela nos olhos.

— A-ajuda? — Ele repetiu como se não entendesse a palavra.

É, ajuda.” Banguela arrulhou mais uma vez, apertando o focinho contra a perna do rapaz e inalando. Ele pôde sentir suas pupilas dilatando com o cheiro do rapaz e, vendo aquilo, Soluço pareceu relaxar um pouco mais. Suas pernas, erguidas de modo defensivo, para esconder seu corpo dos olhos do dragão, se abaixaram levemente.

— E-eu… Eu não sei como você poderia ajudar, Banguela… — Soluço sorriu sem jeito.

Sabe sim.” Banguela ronronou, empurrando sua energia contra a de Soluço.

Suas energias se tocaram e Banguela sentiu tanto o rapaz quanto a mente desse estremecerem lentamente. Ele transmitiu para Soluço o que podia fazer para “ajudar” o rapaz e um som baixo rolou por seu peito ao sentir a excitação que pingava do aromado do outro se intensificar. Soluço arfou, fechando os olhos e mordendo o lábio de baixo de um modo adorável e que só humanos pareciam capazes de fazer; não que Banguela ligasse para qualquer outra humano além do seu.

— A-ah, Banguela…! — Soluço arfou, abrindo os olhos novamente, encarando o dragão com surpresa. Banguela bufou, erguendo o lábio do modo que tinha aprendido a fazer com o outro.

Demorou só alguns segundos para Soluço notar que ele tinha abaixado as pernas completamente, se revelando para o dragão.

Banguela o encarou por um momento. Ele já tinha visto Soluço sem suas “roupas”, como ele chamava, mas nunca tinha visto o humano daquele modo especifico, a pele pálida totalmente ruborizada e levantada em atenção. A energia de Soluço dançava contra a de Banguela, parecendo nervosa, mas curiosa, excitada, mas temerosa.

Tudo o que ele podia fazer era mostrar para o humano, seu querido Soluço, que não havia por que ele sentir aquilo.

Banguela apertou o focinho contra a virilha de Soluço, inalando o cheiro desse novamente, seu focinho tremendo quando os pelos daquela área cutucaram suas narinas. Soluço piscou, como se tivesse dificuldade de manter os olhos abertos, e o modo como ele se remexeu no lugar era como se estivesse tonto de repente. Banguela o encarou com atenção, se perdendo naqueles olhos verdes de humano, que parecia mais escuros dessa vez.Banguela conseguia ouvir o coração do outro batendo rápido, como se estivesse tentando pular de seu peito.

— Hmm… E-espera, amigão, e-eu- Oooh… — Soluço exclamou, mas o som morreu em sua garganta quando a língua grande de Banguela passou por cima do membro desse, da base até a ponta com uma lambida só. Um arrepio subiu por seu corpo e ele arfou, como se estivesse sem ar. Banguela esperou, para ver o que Soluço faria em seguida, se o mandaria parar ou continuar. Soluço piscou, abrindo e fechando a boca uma ou duas vezes, antes de falar.— Ah, tá bem, tudo bem, não espera, não- ahm~…

Como dito, Banguela não esperou mais, voltando a lamber o membro de Soluço, de novo e de novo, repetindo o movimento e adorando o modo como o rapaz se contorcia em baixo dele. Ele viu uma gota quase translúcida escapar da ponta do membro de Soluço e lambeu, sentindo o sabor salgado em sua língua, era diferente de tudo que ele tinha provado antes e tinha algo tão… “Soluço” nela que, não importava o quanto ele provesse, ele sentia que nunca conseguiria ter o bastante.Os sons mais adoráveis que Banguela já tinha ouvido escapavam dos lábios de Soluço e Banguela queria ouvir mais.

Curioso, ele desceu a língua para baixo, lambendo as bolas do rapaz e dessa vez, com um gemido, Soluço caiu para trás, em cima do travesseiro de trapos velhos. Banguela parou por um momento, só para o rapaz tomar as rédeas e mover a cintura, apertando seu membro contra os lábios duros do dragão. Com um ribombar grave, Banguela repetiu o movimento.

— A-ah, Banguela… — Soluço gemeu e Banguela conseguia sentir o prazer que o outro sentia através da conexão entre os dois. Ele sentiu seu próprio membro começar a deslizar para fora de onde ele se escondia e ele grunhiu baixinho.— Banguela, isso… I-isso é muito bom… — Dessa vez foi o dragão quem sentiu um arrepio descer por seu corpo com aquele comentário.

Ele abaixou o olhar, curioso para saber o que mais poderia fazer seu companheiro se sentir bem. Ele desceu a língua ainda mais, passando das bolas do humano… O cheiro familiar de Soluço, que ele já amava tanto, só se intensificou, assim como o sabor desse.

— Banguela! E-espera…! — Soluço exclamou e Banguela ergueu os olhos para ele novamente, encontrando o humano o encarando, seu rosto estava suado, o cabelo prendendo à pele avermelhada. E o dragão nunca tinha visto o humano com as pupilas tão dilatadas assim, era como se o verde que os envolvia tivesse desaparecido. Era bonito de ver e ele sabia que era um bom sinal. — Eu vou- A-ah!!

A energia de Soluço vibrou com violência, de repente envolvendo todos os sentidos de Banguela e o dragão se surpreendeu, sentindo o seu corpo tremer da cauda até o focinho. Nunca antes a energia de Soluço tinha sido tão quente, como se ele fosse um dragão ao invés de um humano.

E então, com um exclamar alto, e arqueando as costas de um modo que Banguela nunca tinha visto ele fazer antes, Soluço atingiu seu orgasmo. As narinas do dragão se abriram para absorver mais do cheiro do humano quando esse se intensificou, o envolvendo do mesmo como a energia desse tinha feito.

Ele ergueu a cabeça, examinando a visão diante dele.

Soluço tremia levemente, os olhos bem fechados, e a pele da barriga, exposta por causa da toga erguida, estava manchada de branco. Ele parecia adorável.

Banguela ergueu o focinho para a barriga de Soluço, cheirando, antes de lamber as manchas. O sabor salgado do humano se intensificou e Banguela soltou um som baixo e apreciativo. Ele nunca se cansaria daquele sabor, ele sabia.

— B-Banguela… — Soluço murmurou, sua voz baixa, soando sem ar e um tanto envergonhada. Banguela bufou pelo nariz. Só alguém como Soluço para ficar envergonhado depois de tudo aquilo; mas talvez fosse uma coisa de humano…

Tudo bem?” Banguela ronronou, afagando a cabeça contra o pescoço de Soluço. Ele apertou o focinho contra o pulso do humano, lambendo a pele levemente salgada desse, a ponta de sua língua

— S-sim… Tudo… Tudo ótimo, Banguela… — Soluço disse e Banguela conseguia ouvir um sorriso em sua voz. Ele ronronou em resposta, o som se intensificando quando a mão pequena do humano deslizaram pelas escamas de seu pescoço.

Banguela se afastou para poder ver seu Companheiro. Soluço ainda parecia naquele mesmo estado de antes, cansado, suado e com o corpo pálido, coberto de pontinhos, agora levemente avermelhado, como se ele estivesse corando com o corpo inteiro.

Banguela não saberia dizer exatamente quando ele começou a sentir atração pela aparência de Soluço. Afinal, Soluço não era realmente atraente nos olhos de um dragão, mas para Banguela… Ele gostava das proporções pequenas e delicadas do humano, do modo como seus membros longos e finos terminavam em dedos tão finos quanto; o pelo estranho e suave em sua cabeça, que ele chamava de cabelo, e o modo como ele emoldurava o rosto arredondado e de feições diferentes e estranhas (para um dragão, pelo menos); o modo como Soluço mudava de cor dependendo do momento…

E aqueles olhos, tão parecidos, mas tão diferentes dos de um dragão, que brilhavam de um modo especial sempre quando eles se viam.

Eu ajudei?” Banguela ronronou, embora já soubesse a resposta, ele só queria ouvir o outro falar aquilo.

Soluço piscou, sua energia dançando de modo lento e Banguela esperou, sabendo que o rapaz ainda estava retornando à realidade. E seu rosto, já vermelho, ficou ainda mais colorido e Banguela arrulhou, adorando quando ele ficava assim.

Ele desviou os olhos, e sua energia se retraiu por um momento enquanto ele pensava. Banguela esticou a sua energia para não perder o contato entre as duas. O rapaz parou por um momento, voltando os olhos de volta para o dragão. E, se tocando mentalmente, o Fúria da Noite conseguia ouvir o que se passava pela mente do viking…

Confusão, nervosismo, medo… Aceitação, carinho, amor… Gratidão…

A mão suada e agora um tanto fria de Soluço tocou Banguela, afagando-lhe em baixo da mandíbula forte e Banguela tentou se impedir de tremer.

— Ajudou… — Soluço disse por fim, soando por um momento distante. — Ajudou sim, Banguela… — E então ele sorriu, daquele jeito que Banguela gostava de ver. — Obrigado…

Soluço se inclinou para a frente e Banguela o imitou, os dois se encontrando no meio do caminho. O lábios levemente rachados do humano tocaram o focinho do dragão.

-o-

Soluço ainda sentia seu rosto esquentar, assim como seu corpo inteiro, cada vez que sua mente desviava para a memória daquele dia. Logo após o prazer tinha deixado sua mente, ele se encontrou envergonhado e sem jeito, sem poder acreditar que eles tinham feito aquilo! Que ele tinha deixado Banguela…

Mas ao mesmo tempo, quando pensava naquilo, ele se lembrava do modo como Banguela foi gentil, do jeito como ele o lambeu de modo delicado e como sua energia tocava a de Soluço de modo reconfortante, como se fosse uma mão amiga, segurando a sua, lhe dando apoio e conforto durante aquela experiência.

Depois de um tempo, a vergonha foi substituída por curiosidade…

Ele já sabia com toda a certeza que Banguela gostava dele, antes mesmo de ter contato com a energia do dragão, Soluço conseguia ver aquele amor nos olhos de Banguela, no modo como ele o olhava e como respondia. Ele tinha ficado um pouco sem jeito quando começou a sentir o que o dragão sentia através de suas energias, mas a esse ponto, Soluço sentia que não poderia viver sem ela.

E agora que sua relação tinha dado mais um passo à frente… Ele sentia que seria impossível retornar às coisas como elas eram antes.

Soluço sempre tinha gostado da sensação de ter Banguela perto, daquelas escamas quentes e aqueles músculos fortes apertando contra o seu corpo. Por mais que ele reclamasse da saliva grudenta de dragão, Soluço gostava de sentir a língua do outro e sua superfície levemente áspera contra sua pele e ele especialmente tinha gostado de sentir ela contra as áreas mais delicadas de seu corpo.

E ele sabia que Banguela gostava tanto quanto ele.

Embora tímido no começo, Soluço deixou que aquilo acontecesse de novo e de novo… Banguela continuava tão gentil quanto na primeira vez e aos poucos Soluço notou como ele aprendeu facilmente como o fazer se sentir ainda melhor. O rapaz sabia que ele não devia estar surpreso.

Eles não faziam aquilo todas as vezes, mas de vez em quando… Soluço deixava Banguela “ajudar” ele, como o dragão gostava de descrever de modo brincalhão. E, aos poucos, Soluço começou a se sentir confortável o bastante para também “ajudar” Banguela… Mas ainda assim ele se sentia um tanto sem jeito com tudo aquilo. Ele conseguia ver que o dragão ficava um pouco desapontado, mas, ainda assim, ele nunca forçava Soluço a nada, e entendia que aquilo era tão novo para o rapaz quanto para o dragão.

Humanos são tão complicados…” Banguela bufou quando Soluço explicou o porquê de sua hesitação. “No fim do dia, sou só eu, Soluço.

E Soluço sabia que ele tinha razão. No fim do dia aquele era Banguela, seu melhor amigo, seu Companheiro, alguém que ele tinha aprendido a amar… Então por que não?

Ele tentou, aos poucos, tentando afastar aqueles sentimentos que o faziam se sentir nervoso e envergonhado. Soluço sabia que um bom motivo para a existência daqueles sentimentos era o medo de não poder fazer para Banguela o mesmo que o dragão fazia por ele, os dois eram tão diferentes… Porém a julgar pelo modo como a energia de Banguela o acalentava, o dragão acreditava que ele estava fazendo um bom trabalho com os seus métodos humanos. Em bem pouco tempo, aqueles sentimentos estranhos sumiram, derretendo como a neve quando os primeiros raios de sol surgiam entre as nuvens.

Tocar Banguela de um modo intimo pela primeira vez tinha feito um arrepio descer pelo corpo de Soluço e ele sabia que não esqueceria aquilo tão cedo.

-o-

Banguela grunhiu em baixo de Soluço e o rapaz parou por um momento para examinar o dragão diante dele. Banguela estava deitado de costas, as asas abertas ao seus lados, mas não totalmente estendidas por causa dos limites da caverna.

— Tudo bem aí, amigão? — Soluço sorriu.

Há algum tempo atrás, se ver sentado na barriga do dragão, descendo beijinhos pelo peito forte e escamoso desse parecia loucura, mas cá estava ele. Ele adorava o modo como os dois tinham se acostumado com tudo aquilo tão rápido. Às vezes ele se perguntava se era assim que acontecia com outros casais, incluindo casais entre humanos, ele podia apostar que sim.

Banguela choramingou, erguendo a cabeça e lançando um olhar desgostoso para o rapaz. Soluço tentou não rir.

Provocador…” Veio a mensagem da energia quente e ondulante.

— Ei, você concordou com isso aqui, então é melhor aceitar que eu estou no comando agora. — Soluço deu de ombros, voltando a descer os beijos pelas escamas do dragão. Banguela soltou um novo grunhido e deitou a cabeça contra o chão de pedra mais uma vez, se permitindo apreciar o cuidado de seu companheiro.

Soluço gostava de saber que ele fazia Banguela se sentir bem, ficava feliz em saber que ele podia retribuir o bem que o dragão fazia ele sentir. E ele tinha que admitir, que gostava de sentir a textura das escamas do dragão contra seus lábios… E sua língua…

Ao se afastar mais para baixo, Soluço arfou baixinho, sentindo algo quente tocar a parte inferior de suas costas. Um arrepio confortável subiu por sua pele. Ele já tinha sentido aquilo várias vezes antes, tocando e esfregando contra suas pernas, o que Banguela parecia gostar por causa da textura criada por seu pelo; Soluço já tinha até tocado com os dedos, de modo tímido e calculado. O membro de Banguela tinha deslizado para fora de onde ficava escondido.

Soluço se moveu lentamente, deslizando para o lado para poder virar, ficando com as costas para Banguela e de frente para o membro do dragão.

Ele parou por um momento, encarando. Era grande, mais longo do que grosso, mostrando uma coloração interessante, mais arroxeada na base e rosada na ponta. E dessa mesma ponta, ele podia ver um pouco de pré-gozo levemente translúcido.

Soluço estendeu a mão, tocando o membro quente de modo quase tímido, como costumava fazer. Banguela tremeu em baixo dele e o rapaz teve de sorrir. Ele desceu os dedos, seu toque menos delicado que o normal, tentando ver se ele conseguia fazer o dragão tremer mais uma vez…

Soluço?” Banguela grunhiu mais uma vez.

— Banguela? — Soluço chamou, olhando por cima do ombro.

O dragão havia erguido a cabeça novamente, as pupilas negras dilatadas ao extremo e suas narinas abrindo e fechando enquanto sua respiração ficava mais rápida.

Não precisa…” E, embora Soluço pudesse ouvir aquelas palavras em sua mente, ele podia sentir que Banguela queria aquilo tanto quanto ele.

— Eu sei, amigão… Mas eu quero… Hã, tentar uma coisa… — Soluço tentou soar decidido, mas um pouco de hesitação o fez tropeçar nas palavras.

Ele decidiu então, que ações fariam mais que palavras. Soluço se inclinou para frente e, assim como Banguela fazia com ele, ele lambeu a ponta do membro do dragão. Tinha um gosto salgado, como ele esperava a esse ponto, e por algum motivo ele sentiu sua língua formigar.

Um som grave rolou em baixo de Soluço, da barriga do dragão até sua garganta, um som apreciativo, e ele não pôde deixar de sorrir, orgulhoso de si mesmo por arrancar aquele som do outro.

Soluço…” Banguela choramingou, movendo os quadris meio sem jeito.

Soluço repetiu o movimento, se acostumando ao gosto salgado e a textura lisa e macia do membro de Banguela. Suas mãos continuaram descendo até a base, onde o membro se conectava ao resto do corpo do dragão, sentindo como, naquela parte, a pele era mais áspera e, com a ponta dos dedos, ele pode sentir o que pareciam pequenos sulcos e subidas, como se a própria pele de Banguela tentasse formar suas próprias escamas.

Era… Fascinante… Ele tinha de admitir. Mas o que mais lhe fascinava eram as reações do Fúria da Noite.

Soluço podia sentir a energia de Banguela vibrar ao seu redor, o envolvendo com suas sombras quentes e se movendo junto aos movimentos das mãos do humano. Ele experimentou, focando naquilo enquanto tocava o outro, apreciando não só o modo como a energia de seu companheiro se movia, mas também os sons que ele conseguia arrancar dele. Só saber que ele podia fazer alguém como aquele dragão, um Fúria da Noite, reagir daquele jeito graças à seu toque fez uma onda de orgulho rolar por sua barriga; e ele sabia que Banguela pôde sentir aquilo em sua energia.

O rapaz mal podia acreditar que ele estava fazendo aquilo mesmo, parecia uma loucura! Mas… Ele não se importava. A única coisa que lhe importava agora era o modo como Banguela mostrava gostar do que ele fazia, de cada movimento de suas mãos, a pressão de sua língua enquanto ele tentava imitar o modo como o dragão lhe dava prazer. Banguela sempre o fazia se sentir tão bem, e não só em relação à coisas sexuais, tudo o que Soluço esperava era poder fazer o mesmo pelo seu amigo… Seu parceiro. Seu companheiro.

Soluço chupou levemente na ponta, só por curiosidade, fazendo uma careta ao sentir o gosto salgado do pré-gozo draconiano invadir sua boca. E pelo jeito aquilo foi o bastante para o outro.

O rugido de Banguela fez o mundo ao redor dos dois tremer e Soluço sentiu seus ouvidos zumbirem por um momento, o fazendo se lembrar de algo que tinha acontecido há um bom tempo atrás. Mas ele não pôde se focar naquela lembrança por muito tempo, seus pensamentos sendo interrompidos quando ele sentiu algo quente atingir seu peito, cair por seus dedos e deslizar por seu braço, algumas gotas acabando em seu queixo e pescoço.

Ele sentiu Banguela se mover contra suas mãos, erguendo a cintura e levantando o rapaz algumas vezes, antes do dragão parar de se mover.

Os dois ficaram quietos por um momento, a respiração forte do dragão sendo o único som entre eles, além do leve rumor das ondas fora da caverna.

Soluço piscou, sentindo como se seus dedos estivessem formigando, e ele teve de sorrir ao ouvir Banguela grunhir levemente quando ele soltou o membro agora flácido do outro. Era fácil adivinhar que Banguela tinha gostado daquilo. A mesma onda de orgulho de antes retornou.

Ele quase riu ao pensar que tinha tido vergonha e medo de fazer aquilo alguma vez.

—Tudo bem aí, amigão? — Ele perguntou, olhando por cima do ombro, encontrando Banguela de novo com a cabeça no chão. Tudo o que ele recebeu em resposta foi um grunhido baixo, mas a energia de Banguela vibrava ao seu redor, dizendo sem palavras que ele estava se sentindo muito melhor que “bem”.

Soluço suspirou com um sorriso, desviando os olhos de novo para o seu estado depois de tudo aquilo. Agora ele sentia como se seu corpo inteiro estivesse formigando de um modo confortável. E ele mordeu o lábio, sem poder ignorar o fato de que seu membro havia voltado à vida...

— Uau… — Ele comentou para se distrair daquilo. — Eu acho que eu preciso de um banho agora… — E ele precisava mesmo, antes que aquilo secasse e grudasse em sua pele.

Tudo aconteceu rápido, tão rápido que Soluço quase nem registrou. De repente Banguela se moveu, forçando o rapaz a deslizar de cima dele, mas antes que Soluço pudesse perguntar o que estava acontecendo, Banguela estava em cima dele, a língua longa descendo pelo corpo do rapaz e lambendo toda a “sujeira” que ele tinha causado.

— Ah! Banguela! — Soluço exclamou. — Espera! Ah! Haha! Tá legal, tá legal! — Ele não pôde segurar uma risada enquanto Banguela continuava o lambendo.

-o-

Soluço ainda corava quando pensava naquilo, mas a vergonha de antes parecia ter sumido. Então, como o esperado, outros pensamentos tomaram seu lugar.

Soluço ainda se encontrava curioso, se lembrando do que Defensor havia dito e do modo como Banguela tinha agido durante aquela conversa. Ele se lembrava da história que Banguela tinha contado sobre sua vida e as coisas que Fogo Gelado também já tinha revelado sobre as Fúrias da Noite.

Os dois eram as únicas Fúrias da Noite que Soluço já tinha visto na vida. Ninguém em Berk, nem mesmo os mais velhos, já tinham visto uma Fúria e não havia registro visual algum daqueles dragões em nenhum documento antigo dos Hooligans – e Soluço saberia se tivesse, por que ele e Perna-de-peixe já tinham lido e relido os poucos livros que existiam em Berk várias vezes.

Por muito tempo, Soluço tinha pensado que Fúrias da Noite eram dragões raros, mas depois de ouvir a história de Banguela, ele se perguntava se, na verdade, eles não eram raros, mas só tinham sido caçados até poucos existirem…

E, se esse fosse o caso, o rapaz sentia que não deveria ficar surpreso ao se lembrar o modo como Defensor imediatamente perguntou sobre filhotes.

Aquele pensamento continuou em sua mente, escondido por trás das paredes que tinha aprendido a erguer, de modo que Banguela não pudesse ouvir; pelo menos não até Soluço decidir que era hora dele ouvir.

-o-

Num dia calmo, luas depois deles terem começado a explorar aquela nova direção em sua relação, Soluço decidiu que era hora de tocar naquele assunto.

Os dois estavam deitados no canto da caverna em que o dragão costumava dormir, uma brisa confortável rodopiava no ar, trazendo o sabor e o cheiro do mar e intensificando a sensação que a saliva de Banguela tinha deixado na pele de Soluço.

— Ei, amigão… — Soluço começou, pensando em como falar sobre aquilo. — Sabe, eu só estava curioso- Só pensando aqui, nada demais! — Banguela soltou um som baixo, mostrando interesse e ergueu o pescoço levemente para mostrar para o outro que ouvia.— Sobre… Aquele cogumelo e tudo o mais, sabe?

As barbatanas auriculares de Banguela tremeram levemente e ele soltou um trinado baixo, desviando os olhos para o lado por um momento antes de os voltar para Soluço novamente. Ele fez um som, mostrando que estava acompanhando.

— Então… —Soluço começou e respirou fundo.— Você quer filhotes…?

Banguela fez um som baixo, inclinando a cabeça para o lado e olhando para o nada por um momento.

Eu nunca pensei nisso.” Ele admitiu e bufou baixinho, tremendo o focinho. “Muitos dragões não pensam. Só acontece.

— Ah, é, claro… — Soluço assentiu.

O dragão fez mais um som, claramente notando que talvez não fosse aquilo que o humano quisesse ouvir, embora fosse a verdade. Soluço suspirou, já devia saber que Banguela o conhecia bem demais para ignorar aquilo.

— Você não tem medo de não ser um bom pai...? — Ele perguntou.

Não.” A resposta foi imediata, acompanhada por um arrulho baixo. “Com dragões é um instinto.” Banguela inclinou a cabeça. “Não é com humanos?”

— Ah, eu… Eu não sei, amigão. Talvez sim, talvez não… — Soluço murmurou. Ele nunca tinha pensado muito naquilo e não era como se ele pudesse perguntar ao seus pais agora.

A energia de Banguela tocou a de Soluço de modo suave, e, para o rapaz, era o mesmo sentimento de alguém gentilmente tomando sua mão. Ele se voltou para o dragão novamente, encontrando Banguela o olhando com curiosidade.

Você tem medo?” Ele arrulhou baixinho.

— Bom… Um pouco? É, um pouco… Sim… — Soluço suspirou, sua energia pressionando contra a de Banguela, como se ele estivesse apertando os dedos em volta da mão que segurava sua mão metafórica.— É muita responsabilidade.

É.” Banguela bufou, desviando o olhar por um momento. “É mais fácil em grupo.

— Sei…

Em Berk, embora a responsabilidade principal de cuidar das crianças caía sobre os pais, o resto da tribo tinha grande importância na vida dos jovens vikings. Soluço e Biscoito não tinham recebido exatamente as mesmas experiências que outros de sua idade, principalmente por serem muito pequenos. Porém, em pouco tempo isso mudou. Com Biscoito mostrando que ela era capaz de fazer o mesmo que outros de sua idade, os demais vikings mais velhos começaram a lhe dar mais atenção, ensinando a ela algumas coisas que eles nunca tinham ensinado antes. Enquanto com Soluço, sempre fazendo alguma coisa errada quando saída de casa, eles fizeram o contrário, tentando ao máximo o manter longe de tudo.

Ele fez uma careta, balançando a cabeça para afastar aqueles pensamentos.

Quando ele se voltou para Banguela o dragão parecia estar perdido em pensamentos também. Mas logo o Fúria da Noite se voltou para ele, com um ar quase compreensivo. Soluço não tinha percebido se o dragão tinha ou não ouvido sua mente.

Soluço, a gente não precisa ter filhotes.

Ouvir aquilo diretamente do dragão ainda assim mexia com Soluço.

— E-eu sei, Banguela, eu sei… — Ele suspirou.— Mas… Tem uma coisa…

Soluço respirou fundo, sentindo as bochechas ruborizadas, mas decidindo que falar sobre aquilo com Banguela a esse ponto, não devia o deixar mais sem jeito.

Certo, lá vai…

— No mínimo nós podemos fazer, você sabe… —Banguela se inclinou para o lado, sem entender. Soluço gesticulou vagamente entre os dois, sem precisar usar sua energia para explicar, por que o dragão entendeu. E, antes que Banguela pudesse protestar, Soluço rapidamente se pronunciou.— Não! Não! Eu quero, Banguela. — Ele disse em um tom decidido. — Depois de tudo que a gente já fez…

Você não precisa fazer nada que não quiser, Soluço.” Banguela bufou, erguendo mais a cabeça.

— Mas você quer, não quer? — Soluço disse rapidamente e Banguela parou, desviando os olhos. Ele ergueu a mão, pousando-a sobre a mandíbula forte do dragão e afagando levemente. A reação foi imediata e Banguela fechou os olhos, ronronando baixinho.— Ah, qual é, Banguela…

Banguela choramingou e abaixou a cabeça, olhando para o humano de baixo.

Tá, eu quero.” Ele admitiu e seus olhos focaram nos de Soluço, antes de desviar para baixo e depois de novo para cima. “Só que você é tão pequeno, tão delicado…

Soluço sentiu seu rosto esquentar com aquele comentário e seu coração pulou.

— Eu- Eu não sou tão delicado assim, Banguela! — Ele reclamou, empurrando levemente o rosto do dragão.

É, sim. Se comparado com um dragão.” Banguela bufou, teimoso.

— Ah, essa é uma comparação muito justa! Quero dizer, olhe pra você! — Soluço gesticulou para o dragão e sentiu seu rosto esquentar ainda mais. Era ainda incrível para ele pensar que uma criatura tão grande e poderosa como o Banguela tinha, por algum motivo, se interessado nele!

Banguela ronronou baixo e inclinou a cabeça, apertando o focinho contra a testa de Soluço, que notou que ele devia ter ouvido aqueles pensamentos. Uma sombra reconfortante envolveu Soluço e o rapaz fechou os olhos, sentindo-se acalentado.

Eu não quero te machucar, Soluço.” Banguela choramingou mais uma vez.

— Banguela… — Soluço piscou para forçar seus olhos a se abrirem. Ele ergueu as mãos para o dragão mais uma vez, deslizando suas palmas sobre as escamas suaves do queixo dele até ele poder agarrar as “bochechas” de Banguela. Ele puxou a cabeça do dragão para baixo e apertou um leve beijo contra o focinho desse.— Amigão, você nunca me machucaria…

Nunca de verdade, mas sem querer, talvez, então…” Banguela bufou, olhando para Soluço com olhos brilhantes.

— É, mas então… Aos poucos? — Soluço ofereceu, afagando a cabeça do dragão, feliz em vê-lo relaxar mais e mais. Ele respirou fundo, encarando os olhos grandes e profundos de seu companheiro.— Eu… Eu quero fazer isso, Banguela. — Soluço disse, sua voz pulando só um pouco, mas, ainda assim, soando determinada.

O Banguela piscou e um arrulho baixo e grave rolou por sua garganta. Soluço encarou aqueles grandes olhos verdes, se vendo refletido neles, e se sentindo seguro e amado de um modo que nunca tinha sentido antes. A energia de Banguela envolveu a de Soluço como um abraço gentil, antes do dragão apertar a cabeça contra a do humano, e Soluço fechou os olhos, incapaz de segurar um sorriso.

Banguela concordou sem palavras e Soluço podia sentir que ambos estavam, ao mesmo tempo, nervosos e excitados para o próximo passo…


Capítulo 35 | Capítulo 37


Disclaimer: A série Como Treinar o Seu Dragão e seus personagens pertencem à Dreamworks Animations, Dean DeBlois, Chris Sanders e Cressida Cowell. Essa é uma produção de fã para fã e sem fins lucrativos.

Todos os personagens aqui presentes possuem mais de 18 anos de idade.


<<< © Lino Linadoon >>>